18 de fevereiro de 2018

Dadaísmo - poema - exercício com gabarito (Vanguarda europeia)


Dadaísmo 

O poema a seguir fornece uma "receita" de construção poética, segundo os dadaístas. Leia-o. 

Receita de poema dadaísta 
Tristan Tzara 

Pegue um jornal. 
Pegue a tesoura. 
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema. 
Recorte o artigo. 
Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam este artigo e meta-as num saco. 
Agite suavemente. 
Tire em seguida cada pedaço um após o outro. 
Copie conscienciosamente na ordem em que as palavras são tiradas do saco. 
O poema se parecerá com você. 
E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa, ainda que incompreendido 
[do público. 

TZARA, Tristan. Receita de poema dadaísta. In: TELES, Gilberto Mendonça. 
Vanguarda europeia e Modernismo brasileiro. 
Rio de Janeiro: José Olympio, 2012. 

1. Os dadaístas propunham a abolição da lógica. Como se expressa essa ideia no texto? 

2. O poema revela total indiferença pela participação do leitor. Que trecho dele evidencia essa ideia? 

O dadaísmo foi o mais radical dos movimentos de vanguarda. Tem como princípio a negação da lógica, da coerência e da cultura, numa espécie de protesto contra o absurdo da guerra. 
Tristan Tzara (1896-1963), romeno que viveu na França, foi o líder do movimento dadaísta. Afirmava ele que dadá, palavra que encontrou casualmente num dicionário, pode significar: rabo de vaca santa, mãe; certamente; ama de leite. Mas o próprio Tzara acabou afirmando, no manifesto dadaísta: 
DADÁ NÃO SIGNIFICA NADA 

GABARITO

1. Principalmente pela instrução Agite, que enfatiza o papel do acaso.

2. Os dois últimos versos