Dadaísmo
O poema a seguir fornece uma "receita" de construção poética, segundo os dadaístas. Leia-o.
Receita de poema dadaísta
Tristan Tzara
Pegue um jornal.
Pegue a tesoura.
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema.
Recorte o artigo.
Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam este artigo e meta-as num saco.
Agite suavemente.
Tire em seguida cada pedaço um após o outro.
Copie conscienciosamente na ordem em que as palavras são tiradas do saco.
O poema se parecerá com você.
E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa, ainda que incompreendido
[do público.
TZARA, Tristan. Receita de poema dadaísta. In: TELES, Gilberto Mendonça.
Vanguarda europeia e Modernismo brasileiro.
Rio de Janeiro: José Olympio, 2012.
1. Os dadaístas propunham a abolição da lógica. Como se expressa essa ideia no texto?
2. O poema revela total indiferença pela participação do leitor. Que trecho dele evidencia essa ideia?
O dadaísmo foi o mais radical dos movimentos de vanguarda. Tem como princípio a negação da lógica, da coerência e da cultura, numa espécie de protesto contra o absurdo da guerra.
Tristan Tzara (1896-1963), romeno que viveu na França, foi o líder do movimento dadaísta. Afirmava ele que dadá, palavra que encontrou casualmente num dicionário, pode significar: rabo de vaca santa, mãe; certamente; ama de leite. Mas o próprio Tzara acabou afirmando, no manifesto dadaísta:
DADÁ NÃO SIGNIFICA NADA
GABARITO
1. Principalmente pela instrução Agite, que enfatiza o papel do acaso.
2. Os dois últimos versos