22 de junho de 2015

Figura de Linguagem HIPÉRBATO


a) Releia a primeira estrofe do soneto de Bocage e localize um verso em que ocorre hipérbato, isto é, inversão da ordem direta das palavras na oração, ou da ordem das orações no período. Na sequência, reescreva-o na ordem direta. 
R. O verso é "Já se afastou de nós o inverno agreste". Na ordem direta: "O inverno agreste já se afastou de nós".

b) Transcreva, do segundo terceto do soneto, os versos em que aparece a ideia do lugar ameno.
R. Os versos são: "Quanto me agrada mais estar contigo/Notando as perfeições da Natureza!".

c) Em que passagem do poema o eu lírico estabelece uma crítica ao modo de vida da nobreza europeia?
R. No primeiro verso do último terceto: "Deixa louvar da corte a vã grandeza".

18 de junho de 2015

Exercício sobre foco narrativo - Conto A Janta



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A pior hora era do jantar.
Depois da escola, todo mundo chegava a mil. Tinha o banho, a mãe atormentada com aquele tanto de criança fazendo algazarra, molhando tudo, bagunçando a casa limpa que tanto trabalho devia ter dado pra limpar. Ela era a mais velha. A mais levada também. Atordoava a mãe, hoje ela sabe. As brigas pela televisão, o lugar no sofá... Era também a mais mandona. Sempre querendo que os irmãos fizessem assim, fizessem assado. 
Depois tudo ia se acalmando, uns cochilavam no sofá, outros no chão. Vez por outra saía um arranca-rabo. Ela impunha respeito, senão a mãe vinha brigar. Afinal, era ela a mais velha.
Ela ficava esperando o bife. Era um sinal. Demorava sempre. A mãe vinha pra sala, olhava as crianças, ouvia um reclamando do outro, ficava brava, voltava pra cozinha. Depois voltava a passar pela sala, ignorando a reclamação dos irmãos. Tinham fome. Ia até a porta e ficava lá. Às vezes pegava de prosa com uma vizinha. Demorando...
E ela ali, fingindo prestar atenção na televisão, preocupada com o bife.
De repente, a mãe passava de volta, sumindo pra dentro. Então vinha o chiado da frigideira, o cheirinho de carne na chapa. Os irmãos se excitavam.
A mãe começava a trazer as travessas pra sala. Vinha, voltava, vinha e voltava. Demorava. Finalmente trazia a travessa dos bifes, a criançada já sentada em volta da mesa. A mãe não deixava ninguém comer enquanto ela não se sentasse. E ela sempre parecia que não ia sentar nunca.
Então, quando não tinha mais jeito, sentava. Começava a servir o arroz, o feijão, o bife já esfriando, filho por filho, prato por prato. A criançada se acalmava, boca cheia. Só o mastigar e o barulho dos talheres nos pratos podiam ser ouvidos. Ninguém olhava pra ninguém, todos concentrados na comida. Ninguém olhava o lugar vazio do pai assombrando todo mundo.

AMARAL, Tata. A janta